Olá pessoal,
Gostaria de compartilhar esse texto de Eugenio Romanini, gerente de TI no CDL de Porto Alegre, gosta de contar historia e é cozinheiro de final de semana. Me identifico um pouco com esse perfil por isso gosto de ler o Blog dele. Essa história abaixo é bastante a realidade de nossas empresa, talvez até a sua em que trabalha.
Por isso boa leitura e uma ótima reflexão, pois é importante que nós profissionais saibamos discernir situações e resolve-las, levando sempre para os nossos chefes problemas, mas também sluções.
Att,
JC
Eugênio Romanini
// quinta-feira, 20/06/2013 11:03
Essa discussão entre
ser Operacional e Estratégico não é novidade e não se restringe a uma única
área. É comum ouvirmos pessoas das mais diversas áreas dizerem “Preciso ser mais
estratégico, estou sendo muito operacional”, isso quando o chefe não diz
durante um bate-papo.
Essa “divisão de
status” remete que Operacional não agrega valor, o cult é ser Estratégico. Uma
coisa é certa. Não dá para todos na empresa serem estratégicos o tempo todo, e
muito menos serem operacionais o tempo todo.
Deficiência com a
padronização de processos, equipe reduzida ou com falta de conhecimento e
habilidade para executar rotinas, tendem a criar um ambiente onde o operacional
suga as iniciativas estratégicas.
A TI é um caso
clássico. Existe uma parte da TI que é, e deve ser extremamente operacional e
“pés no chão”. A TI Operacional é a que sustenta a operação do negócio, é
aquela TI que quando funciona bem ninguém percebe que existe.
Manter o sistema de
e-mail, links de comunicação, sistemas disponíveis, backups, estrutura de
diretórios, perfil de usuário, políticas de acesso, atualização de paths e
sistemas, entre tantas outras atividades é operacional e precisa ser. É essa TI
Operacional que permite a TI exercer seu papel estratégico. Está cada vez mais
fácil, barato e seguro terceirizar a TI Operacional, e é aqui que entra o risco
para os CIOs que comandam TIs muito operacionais.
A TI não deve ser
estratégica só por vontade de ser. É a organização que imputa a ela a
necessidade de ser estratégica ou é a própria TI/CIO que consegue estabelecer o
link estratégico com a organização, principalmente através da análise das
tendências tecnológicas.
A TI estratégica
precisa andar junto com a organização. Em alguns momentos a TI percebe primeiro
algumas necessidades organizacionais, isso é natural, uma vez que a tecnologia
anda muito mais rápido que outros assuntos da organização. Quem percebeu
primeiro a necessidade de estabelecer políticas para o BYOD (Bring Your Own
Device) foi a TI e não o Recursos Humanos, embora essa prática possa trazer
impactos trabalhistas.
A TI percebeu o BYOD
primeiro por que os equipamentos são tecnológicos e precisam da TI Operacional
para funcionar, a partir daí passou a ser um assunto de ordem Estratégica.
Não é razoável ser
uma TI Estratégica se a TI Operacional não está funcionando bem, o que
geralmente “mata” mais rápido uma TI é a parte operacional e não estratégica.
Fique um dia com os
links de comunicação fora do ar, sem e-mails por algumas horas ou com o sistema
de faturamento “travado” no dia de fechamento do mês, para ver. Invista energia
para ter uma boa TI Operacional e se estruture para ser também uma TI
Estratégica. A maneira de fazer isso é “colar” na estratégia da organização.
A TI Estratégica
deve olhar para os objetivos estratégicos da organização e avaliar onde agrega
valor. Alguns objetivos estratégicos tem integração nativa com a TI. Imagine
que a sua empresa tem como objetivo estratégico implantar e-commerce.
É claro que a TI tem
muito a contribuir nesse projeto, a TI aqui é muito estratégica e na sequencia
se tornará operacional. Não é em todos os objetivos estratégico que a TI vai
cooperar. Imagine outro objetivo estratégico chamado Implantar Cultura de
Meritocracia, para este, é certo que a TI cooperará menos.
Quando as TIs
conseguem enxergar de forma clara o momento de ser Operacional e o momento de
ser Estratégico, os resultados aparecem com mais tranquilidade. A organização
precisa saber e entender isso.
Tudo que é
estratégico um dia vira operacional, a não ser que a estratégia desenhada não
tenha dado resultado. Isso é fato. Entre ser estratégico, operacional ou dois,
escolho ser os dois. E você?
*
Eugênio Romanini é Gerente de Tecnologia e Negócios e Mestre em Estratégia
Empresarial.