sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Eleições 2010


Estamos em período de eleição. Mais uma vez, os ânimos estão exaltados, a disputa está acirrada e qualquer fato é visto como possibilidade de ganhar votos. Mas por que falar de eleições quando o nosso assunto sempre foi a fé? Razão simples: a fé, a religiosidade, os valores cristãos estão em alta no debate político, sendo determinantes nos resultados.

No entando, infelizmente, é lamentável a forma como a religiosidade tem sido utilizada pelos candidatos. Gente se convertendo na reta final das eleições, rezando terço, lendo a Bíblia, comungando, tudo mostrado em todos os ângulos, em 3D, em alta definição na TV e Internet. Muito diferente daquilo que aprendemos: “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”, Mt 6,6.

O mais lamentável são as acusações. O candidato A fez isso, o B já fez aquilo outro, fulano é assim, fulana apóia a tal movimento, etc. E assim muitos de nós caímos neste jogo. Passamos a acusar, como se nós fôssemos melhores, como se tívessemos a incumbência de julgar os outros. Jesus foi afável com pecadores, mas foi duro com escribas e fariseus, que já se consideravam detentores do reino dos céus: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão”, Mt 23,27.

O ato de acusar vêm do fato de que somos muito levados pela imagem do candidato, as próprias campanhas e a maior parte dos meios de comunicação favorecem isso. Ninguém governa sozinho, dificilmente um candidato será contrário às diretrizes e objetivos do seu partido. O problema nisso é que deixamos de verificar se o plano de governo e a filosofia do partido condizem com o que queremos para o nosso país. Lembrei de uma frase: “Mentes grandes discutem idéias, mentes medianas discutem acontecimentos, mentes pequenas discutem pessoas”. A qual grupo pertencemos?

Lamento também o fato de religiosos se envolverem em campanhas. A CNBB tem posição neutra, mas de vez em quando aparece um padre fazendo campanha. Pastores evangélicos também aparecem em propagandas. Temo aquela máxima que diz que “não há almoço grátis”. Em algum momento alguém vai querer uma contrapartida. Como será o jogo de interesses?

O Brasil precisa de suas orações, meu irmão e minha irmã. Pense bem, escolha bem.
“Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus, e o povo que ele escolheu para sua herança.
O Senhor olha dos céus, vê todos os filhos dos homens.
Do alto de sua morada observa todos os habitantes da terra,
ele que formou o coração de cada um e está atento a cada uma de suas ações.” Salmo 32,12-15.



É isso aí, Javé Yiré
Forte abraço,
Uanderson