sexta-feira, 28 de maio de 2010

Maria, a Conversão e os Milagres


No mês de Maria não poderíamos deixar de escrever a respeito. Por isso vamos conversar sobre uma relação entre três verdades da nossa fé: Maria, a conversão e os milagres.

A veneração de Maria não é o objetivo final da fé. Ela aponta um caminho, uma direção a seguir: “Fazei tudo o que ele vos disser”, Jo 2,5. Assim, o objetivo de Maria é a conversão dos nossos corações em Cristo.

Por outro lado, os milagres também não são um objetivo final. Se assim o fosse, nossa fé seria uma fé interesseira, uma fé que busca apenas vantagens e não um compromisso, uma mudança de vida. Exemplo disso são os dez leprosos, todos foram curados mas apenas um obteve a certeza da salvação, Lc 17,12-19.

Assim como Maria, os milagres apontam o caminho. Seu objetivo também é a conversão dos nossos corações. Muitas vezes eles são importantes para nossa conversão, mas não quer dizer que sejam imprescindíveis. Conheço muitos que clamaram por um milagre, mas não o obtiveram. Porém, acredito muito na salvação destes.

Casos assim podem ser comprovados no calvário. Aos olhos do mundo, o milagre seria Jesus retirar o bom ladrão da cruz, depois curá-lo e libertá-lo. Jesus não fez isso, mas fez coisa melhor, disse ao recém-convertido: “Hoje estarás comigo no paraíso”, Lc 23,43.

Tanto Maria, como a conversão e os milagres estão presentes nos santuários marianos. Podemos perceber que muitos buscam a conversão nestes santuários e a confissão é o primeiro passo. Por exemplo, enfrentei fila para me confessar no Convento da Penha, em Vila Velha no Espírito Santo. Na Canção Nova (a Casa de Maria) em Cachoeira Paulista, São Paulo, não é diferente. Os milagres podem ser atestados nos testemunhos e nas “salas dos milagres”.

É maravilhoso perceber que Deus se manifesta de diversas formas em nossa vida. São vários os carismas, são vários os movimentos, são várias vocações que unidas formam o corpo, onde Jesus Cristo é a cabeça, Ef 4,15. Os santuários marianos fazem parte do corpo.

E sua conversão, como foi?


É isso aí, Jave Yiré
Forte abraço
Uanderson

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O porquê das coisas


É interessante como os ensinamentos do Pe Léo continuam ressoando e transformando meu modo de ver a vida. Estive com ele apenas uma vez, meses antes de começar sua batalha contra o câncer. Sinto-me um abençoado por isso.

Nos últimos tempos, mais uma vez nossas histórias se cruzaram. O chamado Complexo das Clínicas, em São Paulo, foi meu destino em diversas oportunidades. Minha amada irmã fez um longo tratamento ali. Assim como o Pe Léo, ela passou seus últimos dias naqueles hospitais. E dali veio um ensinamento para mim, este aprendido no sofrimento.

Quando ocorre um fato que desencadeia um sofrimento muito grande, somos tentados a fazer questionamentos que não nos levam a nada, só aumentam nosso sofrimento: “Por que isso aconteceu comigo? Sou uma pessoa tão boa, sou cristão, não tenho vícios, por que isso foi acontecer? Tanta gente ruim no mundo e isso foi acontecer logo comigo? Por quê?” É o infrutífero porquê.

Nos últimos dias de Pe Léo, fomos presenteados com um ensinamento sobre os porquês e os “pra quês”. Assim, tomo emprestado suas palavras para buscar frutos no meu sofrimento: por que veio esta doença eu não sei, mas pra quê eu sei. Pra que minha família se unisse mais, pra que meu pai se reaproximasse, pra que eu fosse o homem santo que eu não estava sendo.

Creio que os porquês nos serão revelados. O Senhor nos tomará no colo e fazendo um carinho, pacientemente, nos explicará tudo “porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta”, Lc 8,17. E então “enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição”, Ap 21,4.

E você, meu irmão e minha irmã, já começou a procurar os seus “pra quês”?


É isso aí, Javé Yiré
Forte abraço
Uanderson

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O MISTERIO DA MORTE.......



Quantas vezes perguntamos por que tem que ser assim, quando morre um dos nossos queridos?
Tem que ser assim porque a morte é um processo biologico e renuncia, pois nao posso dizer que não quero que morra minha mae, meu pai ou os meus irmãos.  Nós vivemos a vida e a morte em sincronia, quando respiramos por exemplo, inspiro estou vivendo e expiro estou morrendo, parou para pensar quantas vezes respiramos no dia?
Nossa cultura nos impede de aceitar um pouco essa questão, nós nos apegamos as pessoas, a ponto de nao deixar ela partir, até mesmo para outro bairro, e já mais morrer. Criando assim uma barreira de tornar vivo o outro quando a gente quer. Gostaria de levar a uma reflexão de quando alguem morre e a gente chora nós não estamos chorando por ela e sim por nós mesmos, dizendo e agora como eu vou viver sem essa pessoa?
Esse pensamento é um pouco egoísta, por que começarmos encarar a morte a partir do outro, nós vamos sofrer sim, mas precisamos assumir que esse sofrimento é o que sentimos em relação a ele.  Uma forma de encarar melhor a morte é se libertar desse egoísmo e entender que para quem partiu está no conforto, no descanso eterno e portanto vamos sofrer menos e de forma desordenada, demonstrando que temos limites.

Hoje um amigo sofre com a perda de sua irmã mas tenho certeza que essas palavras vão te ajudar, meu irmão, e estarei aqui para te confortar nas horas dificeis.

O evangelho de hoje nos deixa claro quando Jesus anuncia que Ele deve partir e que vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se tranformará em alegria.  O que acontece com Jesus acontece com todos, para dar fruto o grão de trigo deve morrer.

Paz e Bem!!!

Josi.........................



http://www.youtube.com/watch?v=DDXwu8-2Ye4

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Especial para Mãe: Trocando os Papéis






Mãe, hoje quero trocar os papéis com você, quero ser seu pai e você minha filha. Quero tentar devolver um pouquinho do carinho e do cuidado que você tem por mim.

Vou preparar seu jantar, vou te “tratar”. Depois, quero brincar com você no tapete da sala. Vou também te levar para dormir e contar uma estória. No conto de fadas, você é a personagem principal, assim como é na minha vida. Vou juntar suas mãozinhas para rezar, a prece é para agradecer a Deus o dom da sua vida.

Lá fora desaba um temporal, mas não fique com medo, estou aqui para te proteger, eu sou seu herói. Não chore, a ferida logo vai sarar. Só vou sair do quarto depois que você dormir e enquanto isso vou entoar uma canção, do mesmo jeito que fazia comigo. Se ficar com medo, pode vir para o meu quarto, não tem problema.

Não precisa ficar com medo de monstros. Nem mesmo o monstro da indiferença, da solidão, da incompreensão, nenhum daqueles criados por filhos ingratos pode te ameaçar. Sou seu herói, lembra?

Não vou me incomodar em recolher seus brinquedos na sala. Também não vou me importar em limpar a bagunça que deixou pela casa. E antes mesmo do amanhecer vou estar na cozinha, para que você acorde com o cheirinho de café.

Dizem por aí que o amor que mais se aproxima do amor de Deus é o amor de mãe. Eu acredito nisso e você? Ah, como é bom ter uma mamãe...


É isso aí, Javé Yiré
Forte abraço,
Uanderson

domingo, 2 de maio de 2010

Chegadas e Partidas


Da minha varanda gosto de observar as chegadas e partidas no aeroporto. Ali, vários destinos se cruzam, não só os destinos das fantásticas máquinas voadoras, mas também das várias pessoas que por ali passam.

Umas pessoas chegam apressadas, outras saem devagar. Umas chegam tristes, outras vão alegres. Umas esperam aflitas, outras mais tranquilas. Umas gostam de fazer barulho, outras gostam do silêncio. Várias pessoas diferentes, mas todas se igualam em um fato: ninguém permanece, em um momento ou outro elas vão embora.

É assim na nossa vida. Nem sempre teremos perto de nós aqueles a quem amamos. E também aqueles que não amamos tanto... Alguns vão mudar de emprego, outros vão mudar de escola. Uns vão mudar de cidade, outros de país. Uns vão nascer, outros vão partir antes que nós. Conheceremos uns, esqueceremos outros. No meio de todos estes acontecimentos, construimos nossa vida.

Às vezes vivemos como se existisse uma continuidade eterna na vida. E por isso, vivemos mal, desperdiçamos o tempo precioso que temos com aqueles que convivem conosco. Precisamos viver bem o agora. “Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” Mt. 6,34. É por isso que precisamos fazer diferença agora. Precisamos amar mais, precisamos ser “quentes”, ser sal na massa, ser luz no mundo. É fácil perceber pessoas que fazem diferença.

Outro dia um(a) amigo(a) me disse que não estava lidando bem com as chegadas e partidas das pessoas queridas. Queria sofrer menos, por isso a partir de agora tentava não mais se “apegar” tanto, inclusive lia um livro que a ajudava nesse intuito. Usando a liberdade da amizade, não vacilei em responder que o bom da vida é se apegar, é ter a amizade, é chegar em algum lugar e perceber o sorriso que provocamos com nossa presença. Não se apegar significa não aproveitar o contato que temos com as pessoas.

Como é bacana alguém dizer: “tá sumido, tem que aparecer mais”. “Cara, chegou na hora certa”. “Esse lugar já foi melhor frequentado”. “Só dá gente ruim aqui”.

Sofrimentos com as partidas sempre teremos, por isso temos que aproveitar o único momento que nos pertence: o agora. E se eu eu não ficar muito tempo perto de você, faço o mesmo pedido que Mário Quintana fez em um verso: “Se me esqueces, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho”.

Que Deus o abençoe nas suas chegadas e partidas.


É isso aí, Javé Yiré
Forte abraço
Uanderson