terça-feira, 19 de abril de 2011

A Radicalidade que Vale a Pena


Nesta época do ano sempre me questiono o porquê de tamanho ódio que os mestres da lei tinham por Jesus, por exemplo em Mt 21, 1-11. Jesus fez o bem, curou, trouxe esperança a muitos, interviu em situações consideradas impossíveis, mas mesmo assim não foi o suficiente para aplacar a ira de muitos.

Hoje, após viver algumas situações, percebo algo que pode me dar uma pista. Conheço pessoas que por se considerarem certas demais em seus conceitos chegam ao ponto de tratar mal aqueles que não compartilham das mesmas opiniões. Confesso que isso às vezes me deixa chateado.

Pior quando isso acontece entre cristãos. Deveria ser exatamente o oposto, Jesus não tratava mal quem lhe era diferente, muito pelo contrário, tratava com respeito, com amor, acolhia, como acolheu uma prostituta de leprosos, Jo 12, 1-11.

Esta intolerância no campo da fé também desagradava a Jesus. Ele criticava os atos dos doutores da lei, usava adjetivos para eles que se fossem usados hoje poderiam causar processos na justiça. Chegou a chamá-los de sepulcros caiados: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão", Mt 23,27. Os fariseus criticavam quem não era do seu "padrão" de santidade, mas eles próprios não olhavam para os seus defeitos.

Nós cristãos precisamos ser radicais, mas radicais como foi Jesus. Radicais a ponto de por em prática os maiores mandamentos: "Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Dt 6,5). Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas", Mt 22,37-40.

Que Deus o abençoe nesta Páscoa e te dê força para por em prática esta radicalidade que leva para o céu.


É isso aí, Javé Yiré
Forte Abraço,
Uanderson

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Dom de Escutar



Ontem à noite uma forte tempestade inundou minha rua e impediu que eu fosse à missa. Bom, precisava de um barco, mas eu não tinha um barco... De qualquer forma, isso me proporcionou uma partilha muito proveitosa com alguém que precisava abrir o coração.

Não podia fazer nada para mudar o que aconteceu com essa pessoa. Não tenho o poder de apagar as marcas que o tempo deixou, não podia voltar e criar uma nova realidade. O que eu podia era escutar.

E escutando foi que Deus colocou no meu coração que eu precisava falar. Precisava dizer que não era essa a forma que aquele coração deveria olhar o passado. Aqueles pensamentos não eram de Deus. Havia algo que machucava naquelas lembranças, havia algo que não era a realidade dos fatos.

Somos humanos, não somos perfeitos. Tenho certeza de que quando fazemos as coisas com amor, fazemos o nosso melhor. E se fazemos com amor, Deus está conosco, Ele está nos guiando e tudo está conforme Ele está permitindo. Afinal, Deus é amor.

É maravilhoso descobrir que não somos como computadores, os quais guardam os dados de uma forma que sempre são recuperados do mesmo jeito. Com a gente é diferente, hoje um acontecimento pode parecer por demais doloroso, mas com novas perspectivas, começamos a enxergar diferente, de uma forma mais madura e sem aquele peso. Assim, quando "recuperamos"os dados, eles não são mais os mesmos.

Isso que é cura interior. É uma via de dois sentidos, uma de quem escuta e outra de quem se abre. Para que ela aconteça são necessários dois lados, você e Deus, você e um amigo ou você e alguém disposto a colocar em prática um dom preciosíssimo, que está escasso nos dias de hoje: o dom de escutar.

No final das contas, acho que mais fui ajudado do que ajudei. Que Deus o abençoe para que você sempre possa estar aberto a este dom.


É isso aí, Javé Yiré
Forte Abraço,
Uanderson